Dentes posteriores e sinusite. Você sabe qual a relação?

Sabemos que os seios maxilares podem ter variações anatômicas como as extensões, onde podemos observar que o seio maxilar cresce para algumas regiões: extensão alveolar (em direção aos dentes), extensão anterior (em direção à região anterior da maxila), palatina (em direção ao osso palatino) e para tuber (em direção à região correspondente de mesmo nome). O conhecimento destas variações anatômicas é importante pois pode influenciar no planejamento da inserção de implante (que já conversamos sobre aqui no blog), exodontia de dentes inclusos e também nos planejamentos endodônticos.

As sinusites odontogênicas variam de 10-41% dos casos de sinusite e referem-se a uma condição na qual uma infecção dentária se espalha para os seios maxilares, resultando em sintomas de sinusite, como dor facial, sensibilidade dentária, congestão e secreção nasal e etc. Iatrogenias e rarefações ósseas (abcessos e cistos) em molares e pré-molares, podem causar propagação desta região inflamada e infectada por microorganismos para o interior do seio maxilar, sendo estes os principais causadores de uma sinusite de origem odontogênica.

 

 

A TCFC oferece informações valiosas para o dentista clínico relatando a proximidade das raízes com o soalho do seio maxilar, possíveis rompimentos que as rarefações podem promover, além da extensão e aspecto do espessamento mucoso nos seios maxilares e fossas nasais. É necessário que um radiologista descreva detalhadamente no laudo as variações anatômicas e rarefações ósseas do volume tomográfico e isso é um ponto crucial que trabalhamos aqui na apex: interpretação tomográfica de qualidade!

O tratamento varia muito, entretanto é necessário que a causa seja identificada e tratada, ou seja, a realização de um tratamento endodôntico satisfatório ou extração do dente afetado. Também pode-se associar a terapêutica medicamentosa, entretanto é necessária uma avaliação clínica do cirurgião-dentista. Dependendo do grau da sinusite, é interessante que o caso também seja avaliado por um médico especializado (otorrinolaringologista).

 

 

Letícia C. L. Teixeira – Radiologista Odontológica

Radiologista e Diretora de Marketing da Apex

REFERÊNCIAS:

LIU, S. et al. Association between odontogenic conditions and maxillary sinus abnormalities: a retrospective cone-beam computed-tomographic study. Annals of Palliative Medicine, v. 12, n. 2, p. 365–375, 31 mar. 2023.

NASCIMENTO, E. H. L. et al. Association between Odontogenic Conditions and Maxillary Sinus Disease: A Study Using Cone-beam Computed Tomography. Journal of Endodontics, v. 42, n. 10, p. 1509–1515, 1 out. 2016.

SAKIR, M.; ERCALIK YALCINKAYA, S. Associations between Periapical Health of Maxillary Molars and Mucosal Thickening of Maxillary Sinuses in Cone-beam Computed Tomographic Images: A Retrospective Study. Journal of Endodontics, v. 46, n. 3, p. 397–403, 1 mar. 2020.

YEUNG, A. W. K. et al. The Use of CBCT in Evaluating the Health and Pathology of the Maxillary Sinus. DiagnosticsMultidisciplinary Digital Publishing Institute (MDPI), , 1 nov. 2022.