A peri-implantite é uma complicação inflamatória que afeta os tecidos ao redor dos implantes dentários, caracterizada por reabsorção óssea progressiva e risco de perda do implante. Embora o acúmulo de biofilme bacteriano seja a principal causa, outros fatores aumentam a suscetibilidade, como higiene oral deficiente, tabagismo, histórico de periodontite, diabetes não controlado, sobrecarga oclusal, mau posicionamento do implante e complicações iatrogênicas, como excesso de cimento protético.
O diagnóstico da peri-implantite deve ser baseado na associação entre exame clínico e exames de imagem. Clinicamente, os sinais mais comuns incluem sangramento à sondagem, profundidade aumentada de sondagem, exposição de roscas do implante e, em casos avançados, supuração. Já nos exames radiográficos, a avaliação da perda óssea marginal é fundamental para definir a gravidade da condição.
Nesse contexto, a Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) se destaca como a ferramenta mais precisa para análise da peri-implantite. Enquanto a radiografia periapical é útil para o acompanhamento longitudinal, a TCFC oferece uma visão tridimensional detalhada. O corte axial permite observar a perda óssea em toda a circunferência do implante, enquanto os cortes sagital e coronal possibilitam mensurar a extensão vertical da reabsorção e avaliar sua relação com estruturas anatômicas adjacentes, como seio maxilar e canal mandibular.
A atuação da radiologia odontológica é indispensável no diagnóstico da peri-implantite. A análise detalhada da TCFC não apenas fornece informações essenciais para o planejamento terapêutico, mas também fortalece o papel do radiologista odontológico no acompanhamento de pacientes com implantes dentários. Um diagnóstico precoce e preciso é decisivo para preservar a osseointegração e garantir o sucesso dos tratamentos reabilitadores.
Letícia C. L. Teixeira – Radiologista Odontológica
Diretora de Marketing e Produtos da Apex